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Para Presidente do STJ a morosidade é cultural

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, disse ontem durante audiência a um grupo de 48 estudantes de Direito que a morosidade do Poder Judiciário "é muito um estado de espírito" e que ela se inseriu no direito processual como se fosse "uma pedra no meio do caminho". Segundo o ministro, os futuros operadores do Direito devem ter em mente essa questão.

"A cada dia, quando vocês estiverem no exercício dessa profissão, devem sempre dar um passo atrás. Oferecerem sempre uma negativa a qualquer providência que seja proposta no sentido de deixar para amanhã aquilo que se pode fazer hoje. É o compromisso para que tenhamos uma consciência contra a morosidade. A morosidade é muito um estado de espírito", afirmou o ministro.

Ele informou que antes da audiência estava reunido com a secretária-geral do STJ, Shyrlei Maria de Lima, e que na ocasião discutiam sobre um habeas-corpus impetrado. Disse que nesse momento pode perceber como "a cultura da morosidade se inseriu no direito processual" na interpretação das leis.

"Ela [a cultura] se entranhou na cabeça das pessoas de uma maneira tal que, quando se trata de ver um pouco à frente, no sentido de segurar direitos, a cultura da morosidade se antepõe como uma pedra. E não é nem aquela pedra do poema de Drummond", disse.

E prosseguiu após recitar trechos do poema de Carlos Drummond de Andrade: "A pedra da morosidade é enorme. É preciso muito esforço a cada momento para que a gente possa, portanto, removê-la."

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